Inspirados em nomes internacionais, como Ozzy Osbourne, Supla e Sepultura lançam peças para vestir fãs.
Está virando moda grandes astros do rock desenvolverem parcerias com marcas badaladas, assinando coleções de roupas e acessórios. Entre os nomes internacionais, Ozzy Osbourne, Slash, do Guns N" Roses, e Lemmy, do Motorhead, por exemplo, já atacaram de estilistas, desenhando mochilas especiais para a Eastpeck. A ideia foi um sucesso e agora o consumidor encontra nas lojas modelos idealizados pelas bandas Kaiser Chiefs, Hives e Prodigy. É uma edição limitada, de apenas 300 peças. A banda Sepultura lançou uma bermuda, pela Billabong, etiqueta de surfware localizada nos Jardins, zona sul de São Paulo.A grife paulistana King 55, conhecida pelo DNA roqueiro, com 60 pontos de venda pelo País, está com duas coleções intituladas Top10, uma em parceria com Supla e outra com Lucas, vocalista da banda gaúcha Fresno. Cada um criou dez modelos. Já a fashionista Cavalera lançou quatro modelos de camisetas da banda AC/DC (R$ 159), que se apresentou em São Paulo no fim de novembro. Optaram, no entanto, por usar imagens antigas, da década de 70, época de ouro do grupo.
O universo musical sempre inspirou roupas e adereços que costumam atrair hordas de fãs a locais como as Grandes Galerias, no centro, que é conhecida pelas suas 456 lojas - 218 delas giram em torno do rock"n"roll. Nas vitrines, nomes de bandas e capas de discos estampados em camisetas, canecas, isqueiros e outros objetos, desenvolvidos sem participação dos astros em questão.
"Na nossa coleção, os músicos escolhem tudo", diz Carolina Caliman, de 27 anos, estilista e uma das sócias da King 55. "Eles fizeram desenhos e mostraram os motivos e cores que gostariam de ver nas roupas." Supla optou por estampas de armas, raios, pin-ups e, claro, japa girls nuas. Os modelos, masculinos e femininos, vão da simples camiseta a looks mais em voga, como vestidos com manga morcego. O papel do estilista, nesses casos, é dar forma e harmonia a todos os elementos apresentados pelos artistas.
"O Lucas resgatou elementos de sua história de vida", conta Carolina. Ele desenhou porquinho, coelhinho, cachorro, e incluiu o nome de astros de sua preferência, caso do cultuado Tom Waits. As cores são bem variadas, além do preto, rosa, verde e amarelo flúor. As peças custam de R$ 85 a R$ 132, dependendo do modelo.
O Kaiser Chiefs fez uma mochila meiga, onde um gato e um cachorro trocam ideia. O Hives produziu uma mais sóbria, com um sol preto e branco. O Prodigy preferiu formigas. As rockbags, como são chamadas na loja, saem por R$ 189.
O produto assinado mais caro é a bermuda do Sepultura, R$ 249,90. "Nossa banda tem tudo a ver como esportes radicais, como o surfe e o skate", diz o americano Derrick Green, vocalista da banda, que hoje mora em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. "Optamos por uma estampa camuflada, mas não queríamos o obvio. Então, a Billabong partiu para algo mais estilizado." O grupo enviou imagens do filme Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, que foram aplicadas no fundo preto e verde. E no avesso do cós da bermuda, o nome Sepultura foi estampado.
"Essa é uma maneira de entrar em contato com um outro público que vai além do fã-clube", diz Green. "A moda funciona como uma extensão importante da música. Há peças muito representativas que fazem as pessoas se sentirem mais integradas a um determinado grupo." Ele dá o exemplo da jaqueta de couro, cultuada há décadas por causa da mensagem de "liberdade, poder, aventura e rock"n"roll".
O lançamento da bermuda faz parte da comemoração dos 25 anos da banda. "Nosso primeiro show foi em dezembro de 1984, num clube chamado Barroliche, em Belo Horizonte", diz o guitarrista Andreas Kisser, um dos fundadores do Sepultura. "No ano que vem, lançaremos um vinho e uma cerveja." De olho no fã-clube do grupo, a Billabong abriu uma loja pop-up nas Grandes Galerias, no centro.
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